Numa gravidez passa-se por várias fases, é certo. E por muito que pensemos que já ouvimos, vimos e lemos tudo, a prática é bem diferente da teoria. Antes de engravidar comprei uma revista da especialidade para me "preparar". Não li nem metade porque achei que tinha tempo e não queria ocupar a minha vida (entenda-se cabeça) com o mesmo assunto. Ora, de "repente" estava grávida e aí comecei a aprender com o grande workshop que é a vida.
Depois do impacto inicial que vos falei aqui, nessa mesma noite apanhei um susto enorme. Acordei, a meio da noite, com uma dor tão forte (mesmo!) no fundo da barriga que me levantei para ir ao quarto de banho, simplesmente porque estar deitada era muito mau e o fresco da noite podia fazer-me bem. Pensei eu. Porque um ou dois minutos depois ter chegado ao quarto de banho, desmaiei. Valeu-me o homem cá de casa, que nesse momento foi um herói e teve o sangue frio de me seguir e apoiar mesmo antes de eu cair. Nunca tinha desmaiado e diga-se que não é nada agradável. Passei o sábado com estes surtos de dor e no domingo quando a dor parecia estar a aliviar, fiquei com uma grande gripe.
Isto, porque, quando se engravida o sistema imunitário baixa para que o nosso organismo não reconheça o feto como um ser estranho e consequentemente o ataque. As dores que senti, percebi mais tarde que seriam a chamada nidação. A nidação pode ter ou não sintomas e entre eles estão precisamente a dor e algum sangramento (este não aconteceu).
Depois desse fim de semana doente, tive uma luta desigual com a gripe (ela ataca de várias formas e nós atacamos com parecetamol e mezinhas caseiras). O resto do primeiro trimestre ficou marcada pelo cansaço, a barriga a crescer precocemente, os enjoos (muitos!) e começar a ver as pequenas alterações no corpo.
As hormonas começaram a revelar-se e se num minuto estava tudo bem, no outro estava eu fula da vida e no seguinte a chorar. Ossos do ofício, é verdade. Desde muito cedo que comecei a ter problemas em dormir e isso tem-me afectado muito. Sinto-me cansada e com sono mas não durmo mais que uma ou duas horas seguidas e por noite reduzi as horas de sono.
Entre o segundo e terceiro mês, estava tão mal dos enjoos que só não vomitava porque a medicação não o deixava. Enjooei comida, cheiros de tudo e mais alguma coisa e de todos os cosméticos. E eu a precisar de colocar bi-diariamente um bom creme hidratante. Valeram-me as amostras de cremes pois usava uma, enjoava e a seguir já usava outra. Por vezes, apenas o pensamento me trazia vómitos, bastava pensar em alguma comida e já era um problema. Para além de tudo isto, houvesse dias em que fui atacada por uma fome desgraçada que só passava depois de comer como se não houvesse amanhã. Embora havia dias que, mesmo comendo pouco, parecia estar sempre cheia.
Se tivesse que avaliar o primeiro trimestre, diria que não foi fácil. Estava minimamente preparada para a mudança mas nunca pensei que fosse tão cedo.
Claro está que, para além de tudo isto, acresce o facto de o primeiro trimestre ficar marcado pelo receio de que surja algum problema e vivemos um pouco em suspenso até ouvirmos algum médico dizer-nos "está tudo bem". E somos assoladas por todas as dúvidas e mais algumas, de tal forma que sempre que vou ao médico levo uma lista escrita de todas as questões a colocar! O fim do primeiro trimestre coincidiu por volta do Natal, o que me fez sentir abençoada por tudo, principalmente pelo maravilhoso presente que recebi. Apesar de todos os desconfortos, até ali tudo estava bem e isso é o que mais importa e liberta o nosso coração.
Acredito que por mais que se leia sobre o assunto nunca se está verdadeiramente preparada. A vida é sem dúvida a melhor escola e à medida que tudo vai surgindo é uma descoberta constante certamente. :) Gosto mesmo de ler este diário da gravidez! Beijinhoooooos
ResponderEliminarAcredita que é mesmo uma descoberta diária :)
EliminarBeijinho*